POR QUE ALGUMAS CRIANÇAS NÃO COOPERAM?, por Paulo Martins

CONVERSA DE PAI E MÃE (Texto 2)

Educar filhos é uma tarefa muito importante e para falar a verdade, pouco de nós sabemos como lidar com essa realidade. O Livro “Conversa de pai e mãe” dos autores Staley Shapiro e Karen Skinulis ( Ed. Paulinas) propõe uma reflexão prática sobre temas diretos sobre comportamento dos filhos.

Alguns preceitos são considerados básicos:

- Procurar compreender a razão para o mau comportamento. Perceber que meta ou recompensa a criança está pretendendo;

- é importante deixar a criança vivenciar (refletir) as conseqüências de suas opções;

- tratar a criança com respeito, independentemente do quanto desrespeitoso seja o comportamento dela;

- encorajar o filho, fazendo o possível para elevar sua auto-estima.


Por que algumas crianças não cooperam?

- a criança que sempre busca atenção só se sente importante quando ela é o centro das atenções ainda que isso signifique provocar reação furiosa da parte dos pais, e este comportamento é interrompido quando você grita. A criança passa a ser condicionada ou atender somente “aos berros”.

- essa criança está buscando vitórias, o que ela ganha não é importante. Sente-se especial por ignorar ordens ou levar você a atender a um de seus comandos. Quando você diz: “Vou provar a ele quem está no comando”...seu filho está no poder...

É preciso transformar este senso de liderar em mobilizador de causas nobres tanto na família quanto ao redor em seu grupo social. Não é preciso lutar contra seu filho!

- a criança vingativa acha que os pais não gostam dela e quer feri-los. Esse comportamento pode gerar uma luta pelo poder e que o castigo usado pelos pais foi usado para “ganhar a batalha”. A cura está em dar carinho em vez de castigo e sermões.

- essa criança, ao ser reprimida imagina que não seja muito boa e por isso não se aplica a tentar ser ou fazer melhor o que precisa ser feito. Para evitar experimentar qualquer coisa nova ela tenta se isolar com a frase “Gosto de ficar só!”. A solução é transmitir muita confiança de modo que cresça sua auto estima.

- de um modo geral, a melhor estratégia contra todos os comportamentos não cooperativos ou impróprios é parar de revidá-los. Precisamos, enquanto pais, aprender a controlar a raiva e a elogiar, mesmo quando seja pequenas atitudes positivas. É preciso falar menos e atuar mais.


“castigo” x diálogo.

O castigo satisfaz aos pais mesmo que momentaneamente (principalmente na hora da fúria), não ensina nada para as crianças. Elas sabem que não devem fazer determinada coisa, mas não sabem o porquê não devem fazê-la. O castigo é desencorajador e desrespeitoso.

O desrespeito vem da imposição da vontade dos pais e geralmente de forma humilhante. Outro perigo do castigo repetitivo é induzir seu filho a deixar de gostar de você. Pode transformar-se em uma batalha entre duas pessoas - a minha vontade contra a sua. Isso afeta as relações afetivas lá na frente, na adolescência e no estado adulto.

Vale aqui lembrar que a Sagrada Escritura sempre será o manual onde podemos buscar luz sobre como educar nossos filhos. Tomo então o texto da Carta aos Efésios 6,4 “...pais não provoqueis revolta nos vossos filhos; antes, educai-os com uma pedagogia inspirada no Senhor”. (tradução Bíblia da CNBB) .

Vejamos que a expressão “pedagogia inspirada no Senhor” nos leva a “esfriar” nossos ímpetos para buscar com calma a inspiração necessária em Deus para aquele momento. Escolher o momento adequado para corrigir e sempre explicando o porquê produzirá muito mais resultado. A expressão “cantinho do pensamento” produz um resultado mais positivo do que “castigo”. Pensemos sobre isto...

Na próxima semana vamos conversar sobre comportamentos inconvenientes e o primeiro será: “O eterno atrasado”.

Até a próxima semana com a graça de Deus e a intercessão de nossa querida mãe e educadora Maria Santíssima.