O luto devido a um aborto

Passamos várias semanas falando sobre a perda de um ente querido. Mas meu coração dizia que faltava abordar uma dor imensurável. A perda de um filho que ainda nem nasceu – Aborto, ou até mesmo nasceu e morreu em seguida.

O aborto é entendido como a interrupção da gravidez, quando o feto não pode subsistir fora do útero materno. Pode ser classificado em:

- Espontâneo - Causas naturais;

- Provocado - Induzido por adulto;

Neste texto iremos tratar especificadamente do aborto espontâneo, quando a interrupção da gravidez aconteceu de causas naturais, sem a livre intervenção humana. A causa normalmente é a má formação do próprio embrião (estudos mostram que ocorrem de 10 a 15% de abortos em todas as concepções). Mas antes vamos pensar um pouco com a chegada do bebê. Geralmente a notícia é comunicada pela família de forma alegre, festiva.

- Iniciam-se os preparativos;

- Os pais querem logo contar para todos;

- Não faltam parabéns, comemorações, presentes;

- Começa a pensar no quarto, decoração, nome, roupas, enfim tudo o que rodeia o universo do bebê.

Mas aí do nada aquilo tão sonhado, desejado, esperado, parte antes mesmo de nascer, ou mesmo nasce, fica pouco com a gente e vai embora.

O que fazer com o vazio? A dor?

Como falamos durante estas semanas, quando perdemos um ente querido encontramos “espaço social” para ser sentido. Diferente de uma gestação interrompida.

As pessoas muitas vezes dão pouco acolhimento e a dor é desacreditada. É comum a mãe ouvir frases como:

- Já aconteceu comigo, é normal;

- Era só umas células nem era um bebê;

- Você é jovem, logo você terá outro;

- Eu não entendo por que você chora tanto;

- Ainda bem que aconteceu agora já pensou se já tivesse maior, ou se tivesse nascido;

- Foi Deus quem quis assim;

Interessante pensar que esta dor, este luto não é permitido pela nossa sociedade. Quando perdemos os pais ficamos órfãos, quando perdemos o esposo (a) ficamos viúva (o), mas quando perdemos um filho? Que nome é dado?

Não tem nome, não existe nomenclatura para a perda de um filho. Lembrando que desde que sabemos de sua existência já o denominamos filho.

Às vezes vejo nas redes sociais algumas mães quando “descobrem” a gravidez, postam fotos de sapatinhos (azul e rosa), utilizam certas denominações: “pacotinho de amor”, “o melhor de mim”, “presente de Deus”.

Aí de uma hora para outra a interrupção do sonho. E os questionamentos aparecem:

- Por que isso aconteceu comigo?

- Um monte de mulheres nem querem ter filhos e eu que quero tanto, perdi o meu;

- O que eu fiz de errado se estava indo tudo bem?

Quando morre uma pessoa querida, você se recorda das coisas boas que ela fazia, traz à tona lembranças, acontecimentos da vida dela. Mas e quando é um bebê? Ele ainda não tem uma história.

 Muitas vezes a mulher não sente vontade de falar sobre o assunto, até porque a sociedade não dá abertura para este diálogo. Como citamos anteriormente não se encontra espaço social para falar sobre o assunto. As pessoas chegam à mãe e perguntam sobre o bebê, quando a mãe diz que o bebê se foi, as pessoas não sabem o que dizer, ficam constrangidas, desconversam.

E o Pai? Com ele é ainda pior porque ele além de sentir a dor, ainda ouve que tem que ser forte para ajudar sua mulher. Muitas vezes ele “camufla” a dor por não saber o que fazer ou falar passando por insensível, a mãe pode até achar que ele não queria ou não amava o bebê tanto quanto ela. Se a licença paternidade é curta para se conectar com o bebê que nasceu, é igualmente curta para tentar se curar do bebê que perdeu.

O que pode e deve nos acalentar é que no tempo certo a dor não será tão grande, nunca “esqueceremos”, mas saberemos viver sem ter tido a “história” desejada ou sonhada com este filho que se foi, e que, este pequeno anjo voltou aos braços do Pai “antes mesmo que te formastes no ventre materno, eu te conheci, antes que saísse do seio de sua mãe, eu te consagrei” Jr1,5.

Se você conhece alguém que sentiu esta dor, convido você a participar comigo de uma oração na próxima semana. Acompanhe aqui no Blog e participe. Importante que seu esposo(a) esteja junto para a oração seja completa. Abraços e até a próxima semana.

Tia Cris


 


Hábitos: “PROBLEMAS COM O USO DO BANHEIRO – Estou sentindo um cheirinho estranho por aqui...”


CONVERSA DE PAI E MÃE (TEXTO 12)

Comportamento

Usar as calças como banheiro... isso também é mau hábito?

Seu filho de repente passa a exalar um odor um pouco desagradável...Pior: há crianças que fazem isso em lugares estranhos. A escolha do local pode ser um processo bastante criativo, como quando os meninos encontram prazer em fazer xixi embaixo das escadas...e põe a culpa no cachorro...

Seu filho sabe como se aliviar sozinho, mas por algum motivo, não o faz no local apropriado.

 

Por que acontece

Basicamente, fazer as necessidades em local inadequado é uma forma de rebelião.

A primeira atitude é rebelião contra os pais, a outra, rebelião é contra as obrigações da vida.

Comumente se ouve “Não quero deixar de brincar para ir ao banheiro”. Isso acontece também quando se está “anestesiado” pelo programa de tv favorito. Minha filha costuma dizer que muito tempo na frente da tv deixa a criança “burra”, tonta. Elas ficam tão hipnotizadas que geralmente “escapa” o xixi, ou vão desesperadas para o banheiro.

 

Sua reação

Você começa a tremer quando seu filho está se tornando impopular entre os amigos...

Para os pais isso não é apenas desagradável, mas constrangedor...

 

Medidas práticas

 - Monte um kit para acidentes. Diga a ele: “Acidentes podem acontecer. Vou mostrar como você pode se limpar.” O kit pode conter um saco plástico para as calças sujas, um pacote de lenços umedecidos, sabonete, toalha e uma muda de roupa limpa.

- Explique-lhe as consequências de não se limpar adequadamente. Peça que espere no banheiro até que esteja pronto para a limpeza. Deixe alguns brinquedos lá para essa ocasião.

- Diga a seu filho que o ama e encoraje-o com comentários sobre sua crença na capacidade dele em superar essa fase.

- Não exagere. Se você tentar obrigar seu filho ao uso do banheiro, desencadeará um jogo pelo poder.

- Lembre-se que esse comportamento pode ser acidental ou circunstancial (ciúmes pelo nascimento do irmãozinho por exemplo).

- Nunca recompense seu filho com presentes ou dinheiro pelo sucesso de fazer a coisa certa. Amanhã ele poderá voltar a fazer para ser recompensado.

 

Meditação

As crianças precisam sempre ser amadas. Toda forma ostensiva e repressiva de correção desencadeia traumas e bloqueios. Que essa estrofe da canção “A Fonte” de Pe. Jonas Abib nos ajude a orar com nossos filhos: “Dentro de mim há uma fonte. Uma fonte de amor. Dentro de mim há uma ponte para o irmão, para o Senhor. Posso perdoar quem me feriu, até o levantar se ele caiu... Eu tenho paz...Pra perdoar... Eu tenho amor para te dar...” 

Lembre-se dentro de você há uma fonte que pode perdoar, pode amar. Essa fonte é Jesus! Deixe-se conduzir por essa fonte!


Na próxima semana trataremos do tema: QUARTO BAGUNÇADO - Cuidado, zona de perigo!

 Leia as outras postagens AQUI.





Criança, sexualidade e tempo



“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu” (Eclesiastes 3, 1)

Este é um dos meus trechos preferidos da Bíblia Sagrada. E, hoje, este texto veio à minha mente de uma forma especial, relembrando minha infância aos domingos, quando íamos almoçar na casa dos meus avós maternos. Chegávamos na casa deles após participarmos da missa da manhã. E a preparação do almoço não era rápida. Até, porque, o número de pessoas para comer passava de vinte. Mais de uma pessoa adulta preparava o almoço. E as crianças ficavam brincando.
Quando eu e outros primos, entre crianças e adolescentes, chegávamos na cozinha, praticamente gritando que já queríamos comer, mesmo antes do almoço ficar pronto, algum adulto que estava na equipe do almoço respondia: “O apressado como cru”. E tínhamos que esperar a comida ficar pronta. Como o “remédio” era esperar, voltávamos a brincar. E, quando o almoço ficava pronto, cada um tinha que esperar a sua vez de comer. Olha só como um dia de domingo na casa dos meus avós ensinava sobre o tempo para cada coisa...
Penso que somos tão imediatistas atualmente. Queremos tudo para agora. O outro tem que responder minha mensagem o mais rápido possível. Eu não quero gastar tempo conhecendo o outro: quero o outro agora de qualquer jeito. E o que nossas crianças têm aprendido com isso? Que o mais velho, o adulto tem que obedecer ao que ela diz, independente do que ela queira; se ela fizer birra, ela vai conseguir o que quer; a relação dela com o outro é somente de auto satisfação; a criança só precisa do outro para conseguir o que quer.
A sexualidade construída em um ambiente imediatista não ensina o amor doação. Ensina um jeito egoísta de ser. Há apenas um tempo: o meu tempo sem pensar no outro. E na adolescência e na vida adulta, as consequências serão de um corpo que não consegue funcionar da forma que deveria e uma alma com muita dificuldade para amar...
Hoje não tenho mais a casa dos meus avós para visitar. As famílias já não são tão numerosas por diversas razões e muitas crianças não terão a oportunidade de viver um almoço em família deste jeito. Na evangelização, entretanto, podemos criar situações que ajudem as crianças e, também, a nós adultos que há um tempo para cada coisa: hora para começar e terminar uma atividade, um rodízio entre crianças para alguma tarefa semanal, momento para falar, momento para ficar em silêncio e ouvir o outro.
Interessante como o nosso dia a dia interfere em nossa sexualidade, não é mesmo? E algo tão simples como ir à casa de minha avó para almoçar, muito me ensinou e ensinou a outros. E ninguém da família, naquela época, fez curso sobre sexualidade. Precisamos ver no que é simples algo importante. Saber que há um tempo para cada coisa e auxiliar crianças a entenderem isso, mesmo com as reclamações que elas possam fazer, é um jeito de ajudar na formação de uma sexualidade conforme o coração de Deus: um jeito de ser que leve ao amor doação. Não se esqueça de rever os outros posts.
Até a próxima. Paz e bem.

Iacy Batista Garcia









LUTO E CURA INTERIOR



                Se você já fez a dinâmica que foi postada no vídeo agora é a hora da última parte. Você já está com a carta que escreveu para a pessoa amada que se foi.
                lembre-se que você pode enfeitá-la com beijinhos de saudades, desenhar corações, pequenas flores, enfim, decorá-la com desenhos e figurinhas características suas e da pessoa que se foi. Dobre- a com muito carinho, e agora chegou o momento de enviá-la para a pessoa amada que se foi.              
                Antes me responda: Onde esta pessoa querida está? Em que lugar você imagina que ela esteja?
                Se sua resposta for Céu, então é para lá que enviaremos. Como? Colocando fogo. Suas palavras, desenhos, sentimentos com certeza chegarão até o Céu.
                Espero que esta experiência tenha ajudado a deixar seu coração mais leve e curado da saudade e da falta da pessoa amada.
                

                Lembre-se que a criança também tem saudades, então você pode fazer a mesma dinâmica com as crianças. Escolha uma música para manter um clima de interiorização, no caso do vídeo utilizamos a música Lindo Céu de Adriana Arydes. Os pequenos que ainda não sabem escrever irão desenhar colocando no papel toda a saudade que está no coração. Entretanto as crianças precisam de ajuda no momento de colocar fogo na cartinha, ok!

Beijos até a próxima semana
Tia Cris




MAUS HÁBITOS – “Você está limpando o salão para o baile”


CONVERSA DE PAI E MÃE (TEXTO 11)



O Comportamento

Chupar dedo, roer unhas, enfiar o dedo no nariz, mastigar cabelos, coçar-se sem parar – não são hábitos que mereçam estímulo. Depois de adquiridos, é muito difícil eliminá-los.

Por que acontece

As crianças começam a desenvolver esses maus hábitos por razões muito naturais: chupar o dedo pode ser calmante, roer unhas pode aliviar a tensão e aquilo emperrado no nariz tem de sair de qualquer jeito.
Muitas dessas ações não são, necessariamente, para agredir ou ridicularizar os pais, a menos que estes não sejam hábeis para lidar com a questão. E se isso não for cuidado vai para a fase adulta...

Sua reação

Você sabe bem a impressão que provoca um adulto que anda por aí cutucando o nariz ou roendo as unhas na frente dos outros...
Alguns maus hábitos podem deixá-lo irritado, mas outros o deixam verdadeiramente enojado.

O que fazer

 - Não importa o quão reprovável seja o mau hábito de seu filho, reaja com tranquilidade. Fazer alarde em torno do fato somente reforçará o comportamento.
- Dê a ele boas razões para parar: diga por exemplo que chupar o dedo não é legal porque: não é bonito de se ver, pode prejudicar o alinhamento dos dentes e também pode pegar alguma bactéria pois põe a mão no chão por exemplo e depois leva à boca.
- não se exceda nas repreensões como por exemplo comparando a um bebezinho.
- atividades como lazer em grupo e até mesmo o período escolar pode ajudar a “esquecer” o mau hábito por vergonha dos colegas.
- você pode usar algumas alternativas para ocupar as mãos das crianças como brinquedos que possa entretê-las o que impedirá temporariamente de roer unhas ou de enfiar o dedo no nariz.

Reflexão

«Tudo o que é verdadeiro, nobre e justo, tudo o que é puro, amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor, isto deveis ter no pensamento» (Filipenses 4, 8).

    Para S.  Tomás de Aquino, o hábito é uma disposição pelo qual a coisa disposta pode ser tendenciado ou para “bem ou mal” ( q. 49,art. 2;1º), e que o hábito bom é contrário ao mau hábito, como a virtude é contrária ao vício (q. 49,art. 3). Portanto os maus hábitos não pode ser o centro das atenções e sim os bons hábitos. É preciso elogiar os bons hábitos das crianças e reforçá-los e assim elas vão crescendo virtuosas.
Peçamos a N. Sra. do Equilíbrio que nos ajude no processo educativo nosso e de nossos filhos. Amém!

Leia os outros artigos: CONVERSA DE PAI E MÃE

Semana que vem trabalharemos outro tema sobre hábitos: “PROBLEMAS COM O USO DO BANHEIRO – Estou sentindo um cheirinho estranho por aqui...”


 

A complementariedade que leva ao amor


“Deus criou o homem a sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher” (Gênesis 1,27)

Se homem e mulher foram criados à imagem de Deus, ambos são chamados ao amor, a uma amizade saudável um com o outro, em um aprendizado constante que exige renúncias e afasta o egoísmo.

O documento Sexualidade humana: verdade e significado apontam que “Feminilidade e masculinidade são dons complementares, pelo que a sexualidade humana é parte integrante da capacidade concreta de amor que Deus inscreveu no homem e na mulher” (n. 10). Ou seja, em suas formas diferentes de ser e amar, homens e mulheres se complementam. Desta forma, percebemos que o homem não é superior à mulher e a mulher não é superior ao homem.
Muitas vezes, trazemos em nossa história experiências que dificultam a visão dessa complementariedade. Por isso, é preciso deixar que Deus nos ame e nos cure. Há em nossa sociedade ideias contrárias à uma relação saudável de amizade e cooperação entre homens e mulheres que nos levam a pensar que um sexo é inferior a outro. tais ideias nos afastam da essência ao qual somos chamados a ser: “Deus, que é o amor e o arquétipo da comunhão, criou o ser humano ‘homem e mulher’ para que, em comunhão, fossem um retrato do Seu ser” (YOUCAT, n.64)
Discriminar o outro ou julgá-lo por ser homem ou por ser mulher é, portanto, contrário ao amor. Deus abraça homem e mulher em suas diferenças, esperando que em suas relações saudáveis de amizade se complementem para que sejam reflexo dEle.

Você pode promover uma roda de conversa com os adolescentes usando este pequeno texto. Leia e releia os outros posts sobre Afetividade e Sexualidade. Vivamos, pois, uma relação de amizade saudável entre nós. Até a próxima. Paz e bem.

Iacy Batista Garcia





O joio e o trigo


MEU LUGAR É O CÉU! É LÁ QUE EU QUERO MORAR!

Se alguém chegasse pra você hoje e perguntasse:

-Você quer ir para o céu?

Qual seria sua resposta?

Mas logo em seguida a pessoa lhe perguntasse:

_Então, Mas para ir para o céu você vai morrer hoje. Você quer morrer agora?

E então, O que você responderia? Assustou-se? Relutou? Ficou na dúvida? Voltou atrás com sua resposta?

Acredito que poucos responderiam sim, ou tudo bem. Porque a morte mesmo sendo algo real e totalmente intrínseco aos seres vivos, nós não gostamos de pensar ou cogitar.

Entretanto ela é a única certeza que temos nesta vida. Estamos apenas de passagem, fomos chamados por Deus para ajudá-lo a construir um mundo melhor, mas nossa certeza é que um dia deixaremos este mundo, que seremos lembranças para aqueles nos amam.

E para onde vamos? Onde será nosso lugar?

Nosso lugar é o céu, Deus nos chama e Jesus nos ensina a Santidade.

" A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo" Filipenses 3:20

Neste processo de luto, da morte, temos o funeral. Creio ser tão difícil falar com os pequenos sobre, quanto explicitar a morte de um ente querido para as crianças. Mas é importante que eles vivam estas experiências.

Quando a criança participa de um funeral tem a possibilidade de vivenciar e entender o luto, dessa forma cria menos fantasias ou ideias erradas sobre a morte.

 O Que e como podemos falar com a criança sobre o velório?

Depois que alguém morre, as pessoas realizam um velório num lugar próprio numa Igreja, ou num cemitério, para dizer adeus.

Essa reunião pode até parecer uma festa, porque estarão presentes muitas pessoas que a criança não vê a muito tempo, ou até mesmo que não conheça.

A pessoa que morreu pode ser vestida de maneira educada e respeitosa e estará numa caixa especial chamada esquife ou caixão por um tempo para que as pessoas possam vê-la mais vezes, antes de ser enterrada.

É importante avisá-la que haverá gente chorando, pois estão tristes, e afirmar: Tudo bem se você não chorar, e tudo bem também se você não chorar.

Cuidado!! Evite criar ideias erradas sobre a morte como dizer:

“O falecido está dormindo"

É difícil compreender a morte então nós a comparamos com algo que realmente entendemos. A morte se "assemelha" ao sono, mas quem cai nesse sonho não acorda jamais. Quando a pessoa está morta seu corpo não se move mais. Ela permanece calma e tranquila. Assim sendo mude a fala: “estar dormindo” por “parece estar dormindo

 A criança pequena leva ao "pé da letra" e pode ficar com medo. Se a pessoa que morreu dormiu ou descansou: "Poderá acordar a qualquer momento”; e ainda pensar: “E eu também posso morrer quando dormir.”

Outra fala comum dos adultos é dizer que a pessoa que morreu "Foi embora". Na cabeça da criança ela poderá voltar.

É bom também explicar para criança como está o lugar, o ambiente:

Você vai observar muitas flores num velório, Pessoas mandam flores para mostrar como estão tristes e pesarosas. Talvez tenha fotos da pessoa que morreu em seus momentos significativos junto aos seus familiares e amigos.

Ouça e participe das orações e músicas. Ouvir o que nos diz a Bíblia nos ajuda a compreender que Deus nos ama e sempre estará pronto para nos ajudar.

Observe os símbolos utilizados. Você pode sentir o cheiro do incenso, você poderá ver familiares depositando flores sobre o caixão; e um padre ou ministro aspergindo o caixão.

Ouça com atenção as palavras carinhosas que o padre, o ministro, ou familiares dirão talvez alguém conte alguma história sobre a pessoa que morreu.

E o cemitério????

Cemitério é um lugar tranquilo onde as pessoas são enterradas. O caixão é colocado em uma "gaveta" ou em uma cova aberta no gramado, que se chama sepultura. As pessoas se aproximam jogam flores rezam e dizem adeus. Posteriormente será colocada uma pedra especial sobre a sepultura. Muitas pessoas continuam visitando o cemitério por muitos anos. Rezam e deixam flores. Uma vez ao ano ao menos costumamos visitar o cemitério, no dia 02 de Outubro, dia de finados.

Lembre-se que o corpo da pessoa se separou de sua alma e ela foi para o junto de Deus, um lugar que chamamos Céu. Lá Deus nos dará "tudo que realmente queremos”. Pode ser que todas as pessoas especiais na nossa vida que já morreram estejam reunidas nesse mesmo lugar.

O céu é um lugar bonito onde deus cuida com carinho das pessoas que morreram. È um lugar onde não existe dor nem sofrimentos e onde teremos a felicidade eterna.

Por hoje ficamos por aqui, procure ler os textos anteriores para se aprofundar um pouco mais no assunto. Até a próxima semana.


Beijos Tia Cris

 

 


O PEQUENO LADRÃO – “Foi ele que me deu!”

CONVERSA DE PAI E MÃE (TEXTO 10)

Comportamento

Muitas crianças, em algum momento da vida, apropriam-se de algo que não é seu. Quando, porém, a atitude torna-se habitual, o comportamento é motivo de preocupação séria para os pais.

Por que acontece

Às vezes, crianças pegam o que não lhes pertence simplesmente porque desejam aquele objeto e estão acostumadas a conseguir de imediato tudo o que querem. 

Por vezes roubam para impressionar os amigos, ou outras vezes roubam apenas por desforra contra os pais.

Sua reação

Ter um pequeno contraventor na família é realmente constrangedor. Para alguns pais não sabem o que realmente é pior: os roubos em si ou as flagrantes mentiras que acompanham os menores delitos... A primeira reação geralmente é o gritar, dar uns puxões de orelha ou até mesmo o castigo. Contudo esse não é o melhor caminho. 

O que fazer...

- não mime o seu filho demasiadamente, ou ele sentirá que tem o direito a tudo o que deseja;

- não seja demasiado indulgente (aceitando as desculpas mais esfarrapadas);

- ensine a aprender a conviver com o fato de que não é possível obter tudo o que se deseja nesta vida;

- se possível dê ao seu filho uma mesada, de modo que ele aprenda a administrar o próprio dinheiro. E se ele esbanjar rapidamente, não interfira e nem lhe dê mais dinheiro;

- às vezes, a criança rouba por pressão do grupo de amigos. Esse problema exige muito diálogo e orientação;

- Ajude às crianças desenvolverem interesse social (consideração pelos outros), e senso de direitos. O melhor a fazer é envolvê-los em atividades filantrópicas e assistenciais como: doar brinquedos usados pra crianças carentes ou doar itens de higiene para associações de idosos.

- Devolução é a melhor resposta. A criança tem que assumir a responsabilidade e reparar o erro, o que inclui devolver os bens de propriedade alheia (ou pagar o doce roubado) e pedir desculpas à vítima. É preciso acompanhar o processo.

Reflexão

Crianças que perambulam por aí, sem rumo e sem metas, caem na tentação de práticas reprováveis principalmente quando se juntam com “amigos” (da onça).

Diz o texto do Eclesiástico “O insaciável olho do cobiçoso não se contenta com uma parte, enquanto não consumir de secura a própria vida. O olho mau do invejoso fixa-se no pão alheio e se descuida da própria mesa.” (Eclo 14,9-10). A generosidade é uma graça que passa de pai pra filho, permita que seus filhos vejam pequenos gestos de caridade e respeito para com os empobrecidos e este gesto fará parte também da vida dele. Assim ele aprenderá a respeitar o que não é seu e mesmo que tenha algum bem, aprender a repartir, pois, como diz uma frase dos Vicentinos “Fazer o bem, faz bem!”

Na próxima semana trabalharemos questões de hábitos com o tem: “Maus hábitos – “Você está limpando o salão para o baile”

Deus abençoe sua semana!

 

 


Dinâmica: “Entregando minha história aos pés da cruz de Jesus”



IDADE: a partir de 11 anos.

CITAÇÃO BÍBLICA:

“Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças” (Filipenses 4, 6).


MATERIAL: Papel Kraft ou cartolina ou qualquer outro material que permita fazer um cartaz, lápis de cor, canetas hidrocores, imagens de revistas ou jornais, cola, tesoura. Uma mesa, formando um pequeno altar com o crucifixo, podendo acompanhar a imagem de Nossa Senhora.


COMO FAZER?

Ler a citação de Filipenses capítulo 4, versículo 6, seguida de uma pequena pregação.  Explicar o que é ação de graças, o que é súplica e que Jesus recebe tudo isso. Após a pregação, pedir para que cada adolescente desenhe, cole gravuras fazendo cartaz (cada um faz o seu) que represente sua família, aquelas pessoas que moram com eles. Deixem que retratem em cartazes da forma que quiserem.

O evangelizador ou evangelizadores produzirão seus próprios cartazes também. Dar o tempo possível para que todos façam seus cartazes. Quando todos acabarem de elaborar seus cartazes, os evangelizadores podem apresentar os seus primeiro. E, depois, perguntar quem vai querer apresentar também. Aqui, ressaltamos cuidado e zelo, de forma a evitar exposição desnecessária. Acolher em um abraço os que estiverem emocionados. É interessante perceber que os próprios adolescentes poderão se acolher neste momento com abraço ou com palavras de amizade e carinho. Pode acontecer naturalmente. Terminadas as apresentações, dizer que agora, cada cartaz será entregue para Jesus, lá na cruz. Cada um sairá do seu lugar, indo até a cruz, com uma música que reforce este momento de entrega a Jesus. Ao final, dizer que Jesus recebeu tudo isso, seguida de uma oração de agradecimento. Agradecer por termos uma história e por Jesus estar conosco, acolhendo esta história. Perguntar quem mais quer dizer alguma coisa sobre este momento. Encerrar com uma oração à Nossa Senhora.

Esta dinâmica, de forma geral, permite perceber que, de fato, temos sentimentos e temos uma história. E que os sentimentos são amorais, ou seja, não estão certos ou errados, mas fazem parte de nós e o que fazemos a partir deles pode ou não ser bom para nós e para os outros. Exemplo: “Tenho raiva do meu pai. Mas o que eu faço a partir da raiva? Eu me vingo? Ou eu assumo que estou com raiva e busco alguém de confiança para conversar?” É um exercício, também, para entregar a Jesus tudo o que vivo: aquilo que é ruim, mas aquilo também que é bom, como uma forma de agradecimento a Deus.

Em meio à dinâmica, os adolescentes podem identificar sua história no outro ou, ainda, perceberem a oportunidade de exercer a acolhida do outro que tem uma situação diferente. Não forçar a participação deste momento para quem não quiser confeccionar ou apresentar o cartaz. Mas, mantenha quem não quiser participar próximo a você ou a outro evangelizador durante a dinâmica. E motive, mesmo sem cartaz, que a pessoa apresente a sua história, sua família aos pés da cruz de Jesus, oferecendo ir com ele na amizade até a cruz. A dinâmica é uma forma de oração. E os adolescentes vão reconhecer na cruz de Cristo um lugar de entrega das alegrias e tristezas da vida.

O Papa Francisco, na exortação apostólica pós sinodal sobre a juventude Christus vivit (que quer dizer Cristo vive), traz o seguinte no número 83 que as pessoas mais jovens têm gravadas em sua alma as experiências e tristes recordações, frustrações que podem ser causados por discriminações e injustiças. Tudo isso pode levar os jovens a não se sentirem amados ou reconhecidos. Papa Francisco complementa que Jesus se faz presente nestas cruzes, oferecendo amizade, alívio e sua companhia que cura, trazendo paz ao coração.

No marcador “Conhecimento e aprofundamento” aqui do blog, você encontrará importantes apontamentos sobre luto e emoções. A leitura e reflexão postadas vão lhe auxiliar para preparação deste momento proposto aqui.

Leia e releia, também os outros posts: AQUI 

Deus abençoe até a próxima. Paz e bem.
Iacy Batista Garcia

 


Massinha de modelar fofinha, cheirosa e atóxica

Como fazer massinha caseira (e segura) com ingredientes ...
Ingredientes:
1 xícara (200 ml) de farinha de trigo
4 colheres de sal
1 embalagem de suco ou gelatina
100 a 150 ml de água quente
1 colher de óleo.

Preparo: Misture os ingredientes secos. Coloque a colher de óleo na água quente e vá adicionando essa mistura aos poucos aos demais ingredientes até dar o ponto de massinha (até desgrudar das mãos).

"E, no entanto, Senhor, vós sois nosso pai; nós somos a argila da qual sois o oleiro: todos nós fomos modelados por vossas mãos." 
Isaías 64, 8



EXISTE SENTIDO POSITIVO NA MORTE?

         

            Nas semanas anteriores tratamos do assunto luto, recordamos o luto em nossa infância e questões voltadas para a alma, os sentimentos e as emoções.

            Entretanto este assunto envolve muitos tópicos a serem explanados, relembrados e, por que não dizer, desmistificados?!

            Você já se imaginou pensar na morte de forma positiva? A palavra de Deus em Filipenses 1,21 nos diz que graças a Cristo a morte Cristã tem um sentido positivo “Para mim, a vida é Cristo e morrer é lucro”.

            Foi pela morte de Cristo que provamos, experimentamos o amor verdadeiro, e a experiência do amor é maior do que a morte. Cristo assumiu nossa morte e nos libertou por isso nós cremos que a morte tem um sentido positivo.

            O tempo vai passando e a saudade vai sendo administrada e passamos a lembrar de quem se foi sem sofrer como no início. Não esquecemos, lembramos com menos sofrimento e nos adaptamos a essa nova realidade. Nossa saudade é e será confortada na confiança em Deus (Salmo 41).

            Ajudar as crianças que de fato vivem a morte de um ente querido, significa permitir que o próprio ritmo delas atenda às suas expectativas e demandas.

            É fácil cair no tópico do “não chore”, e ao mesmo tempo sentir o desejo de chorar com as crianças, como sentimos o desejo de rir quando participamos de experiências felizes e alegres.

            No entanto, a participação das crianças na ocasião da morte de um ente querido e nos momentos importantes dos ritmos fúnebres é uma forma de ajudá-las a viver de forma sadia a perda.


DICAS PARA CONVERSAR E LIDAR COM O LUTO

            Nos preocupamos em que a criança possa sentir ao ver o cadáver de um ente querido, entretanto a fantasia que envolve a morte é mais perigosa. O “esconder” ou “camuflar” a verdade pode favorecer interpretações equivocadas e criar mais ansiedade.

            Explicar a morte dizendo “foi fazer uma longa vigem”, “Deus o levou para o céu”, “Agora ele está lá no céu e pode nos ver lá de cima” são abordagens perigosas, que podem gerar confusões e reações nada saudáveis como: “Se viajou e não  voltou me abandonou”; Se  Deus o levou para o céu; Ele não é justo nem é bom, pois me tirou aquele que eu amo e que me faz falta; “Se as pessoas escondem seus sentimentos e não choram é porque não o amavam muito”.

            Utilizar fotografias ou objetos da pessoa fazendo uma pequena caixa de recordações e memórias pode ser um modo simples de dizer que continua viva em nossos corações, lembrando e recordando coisas e ações vividas na época da fotografia;

            Escrever ou desenhar o que sentem; fazer um desenho para o ente querido para que coloquem para fora o que trazem dentro de si;

            Se uma criança quiser ir ao cemitério com frequência após a morte de alguém querido, acompanhe-a, pois, estão encarando a realidade e vão ao cemitério chorar sua dor. Melhor ir ao cemitério do que evitar falar da morte, escondendo assim sua dor e sofrimento;

            Informar no tempo devido sobre a morte do ser amado, dando a oportunidade de se despedir do falecido e tomar parte dos rituais de luto,  entre os adultos busque um com capacidade de se aproximar  da criança e  assim permitir que ela tome parte do luto dos adultos,  dessa forma ela terá condições de compreender a perda fatal e passar pelo processo.

            É muito importante para a criança receber esta notícia de forma direta, imediatamente e claramente. Quando é informado no devido tempo e de acordo com a verdade, a criança sente que os adultos a levem a sério;

            Falar com a criança sobre a pessoa que morreu sempre que ele desejar e quando for possível para o adulto;

Sobre a pessoa que se foi interessa a criança: O que ela gostava de comer; se apreciava música; quais eram seus jogos preferidos; o que ela sabia fazer bem, o que não fazia tão bem; é importante cultivar a recordação.

 


Abraços e até a próxima semana!
Tia Cris



O CARRANCUDO – o perigo da raiva silenciosa


CONVERSA DE PAI E MÃE (TEXTO 9)



O COMPORTAMENTO
Um intenso mau humor parte do momento em que alguém diz a palavra proibida: não!
Não para comprar um brinquedo, não para assistir um filme de terror, não para os jogos de vídeo game, e por aí vai....

POR QUE ACONTECE?
Emburrar nada mais é do que expressar a raiva de modo silencioso. Isso acontece diante da frustração de não ter conseguido o que queria ou a não realização de seus desejos.
Lembrando que a palavra “emburrar” é tornar se burro, ou seja grosseiro, bruto, firmar-se em uma posição = empacar. 

MEDIDAS PRÁTICAS
- Não se deixe irritar pelo mal humor de seu filho, não altere sua rotina nem tente recompensá-lo;
- Se o clima ficar detestável, peça a seu filho que se mantenha afastado, no quarto por exemplo;
- Quando o mau humor passar, estimule-o a falar sobre o assunto. Seu filho precisa saber que você deseja entender os sentimentos dele;
- proponha alternativas para o mal humor mostrando que o mundo não vai acabar por causa da vontade não realizada;
- Tenha em mente que seu filho possa ter uma queixa justificada. Não menospreze automaticamente suas reivindicações ou preocupações;
- Não comente o mau humor de seu filho com outras pessoas, isso pode “taxar” e criar estereótipo que dificilmente será consertado depois.

REFLEXÃO
Uma das grandes preocupações com o carrancudo é de fato o perigo da raiva silenciosa. Este comportamento causa transtornos interiores que se desdobram em doenças somatizadas pelo organismo causando tensões musculares, interferindo até na pressão arterial, insônia e outros danos. As crianças com esse comportamento em determinado momento podem extravasar seus sentimentos numa explosão de violência contra si e contra os mais próximos.
São Paulo na Carta aos Efésios diz “Não se ponha o sol sobre vossa ira. E não deis nenhuma chance ao diabo.” (Ef 4,26-27). É preciso estar atento para que esta raiva silenciosa do carrancudo seja tratado, curado, para que não se transforme numa mágoa, um ressentimento. Rogue a Deus assim: “Vem Santo Espírito cure essas feridas, cure onde dói...”

Na próxima semana trataremos do tema: O PEQUENO LADRÃO – “Foi ele que me deu!”

Nossa Senhora da Divina Providência, providenciai!



Dinâmica: Retirando os entulhos para dar lugar ao que é bom


Idade:
a partir de 11 anos.

Citação bíblica: “Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos” (Filipenses 4, 8)

Material: Papel sulfite, lápis de cor, canetas hidrocores, canetas comuns. Uma mesa, formando um pequeno altar com o crucifixo, podendo acompanhar a imagem de Nossa Senhora e um cesto contendo papeizinhos com várias palavras, termos da Bíblia que se relacionem à citação bíblica.

Como fazer? Ler a citação de Filipenses capítulo 4, versículo 8, seguida de pequena pregação. Você pode usar o vídeo como uma forma de inspiração para este momento. A essência desta pregação é que, se por muitas vezes, nossos pensamentos estão muito confusos, fica difícil perceber aquilo de bom que ocupa ou deveria ocupar meu coração. Pedir para que os adolescentes escrevam ou desenhem aquilo o que os confunde, incomoda em uma folha sulfite. O evangelizador ou evangelizadores farão o mesmo. Dar o tempo possível para que todos façam seus cartazes. Quando todos acabarem, os evangelizadores podem apresentar o que fizeram. E, depois, perguntar quem vai querer apresentar também. Aqui, ressaltamos cuidado, zelo de forma a evitar exposição desnecessária. Dizer, agora, que cada folha será entregue para Jesus, como uma forma de oração, lá na cruz. É importante que cada pessoa saia do seu lugar e vá até a cruz, com uma música tranquila, que indique a importância deste momento. Retirar do cesto ao lado, um papel. Nestes cestos, estarão papéis com escritos com o que deve ocupar a mente, o coração que se deve prestar mais atenção e exercitar durante a semana. Para elaborar estes papéis, reze com a Bíblia e busque nela palavras e termos diversos para colocar nos papeizinhos. Ao final, dizer que Jesus recebeu o que foi apresentado aos pés da cruz. E que, agora, tem mais espaço no coração para pensar e viver o que está no papelzinho. Encerrar o momento com o agradecimento a Deus. Perguntar quem mais quer dizer alguma coisa sobre este momento. Encerrar com uma oração de Nossa Senhora.

Exemplo do que colocar nos papeizinhos: “Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade” (I Jo 3, 18)”. Gesto concreto: ajude alguém que precisa.

É importante incentivar os adolescentes a expressarem o que sentem, o que acontece com eles, sem forçar. Assim, vai se criando um ambiente de confiança, contribuindo para que sua afetividade e sexualidade vão se voltando para o amor. Momentos como este, propiciam cura interior. Em sua exortação apostólica pós-sinodal a respeito da juventude, Christus vivit (Cristo vive), o Papa Francisco aponta o seguinte, no número 83: “Nos jovens, encontramos também, gravados na alma, os golpes recebidos, os fracassos, as recordações tristes. [...] Jesus faz-Se presente nestas cruzes dos jovens, para lhes oferecer a sua amizade, o seu alívio, a sua companhia sanadora, e a Igreja quer ser instrumento d’Ele neste percurso ruma à cura interior e à paz do coração.”

Que o Espírito Santo venha em nosso auxílio. 
Leia novamente os posts anteriores clicando AQUI.
Até a próxima.
Paz e bem.
Iacy Batista Garcia

O LUTO E AS EMOÇÕES


A Bíblia nos ensina que precisamos aprender com os sentimentos de forma saudável, recordemos o texto da semana passada que falamos que a alma nos faz ser especial, assim como a alma, Deus nos fez com nossos sentimentos e emoções.

Jesus não reprimia suas emoções, entretanto agia de forma equilibrada e justa. O evangelho afirma que sentimentos como IRA, (Lc 19:43), TRISTEZA (Mt 26;38, Jo 11), MEDO (Mt 27:43) entre outros, foram manifestados por Jesus. Entretanto, estes sentimentos eram expostos de forma controlada e racional, seguindo a vontade do Pai.

Assim como Jesus nossos sentimentos e emoções devem ser manifestados com sinceridade e racionalidade, quando perdemos o controle e agimos pelo impulso das emoções, corremos um sério risco de causar sofrimento àqueles que estão próximos e consequentemente a nós também.

Quando conhecemos nossos sentimentos conseguimos nos colocar no lugar de outras pessoas, então somos capazes de entender e confortar mutuamente, ou seja, vivemos a dor do outro e podemos ajudar.

Nós adultos percebemos, reconhecemos e sabemos nomear os sentimentos, ou pelo menos deveríamos saber para poder usá-los para o bem.


Mas e as crianças?

O que elas sabem sobre os sentimentos?

Como ajudar os pequenos a expressar suas emoções?

As crianças aprendem o que lhes é ensinado, por exemplo, "BIRRA" ela só sabe que fez porque o adulto provavelmente contou a experiência ou uma ação realizada pela criança para outro adulto e nomeou como "birra".

Os pequenos só têm condições de distinguir e nomear um sentimento do outro, se os adultos a ensinarem. E isto só acontecerá através do diálogo com a criança, tomando o cuidado de não responder à ação da criança com raiva, falta de controle ou ameaças, elas precisam de pessoas que lhe passem tranquilidade e não que alimentem sua irritação.

Quando refletimos junto com elas sobre o que a levou a sentir e agir daquela maneira, isso promoverá sua maturidade emocional.


E QUANDO SE TRATA DOS SENTIMENTOS LIGADOS AO LUTO?


Os sentimentos que envolvem a criança

      Quando morre alguém que amamos, centenas de sentimentos afloram, nossos pensamentos e emoções influenciam no nosso modo de ser e de sentir. Perante a experiência da perda geramos sensações:

FÍSICAS: aperto no peito, taquicardia, agitação, insônia, perda ou aumento de apetite, sono excessivo, fraqueza, falta de ar, sensação de estar doente…

EMOCIONAIS: sentimento de perda, desespero, raiva, apatia, culpa, vontade de morrer, desânimo, solidão, ansiedade...

 Assim como os adultos, vários sentimentos e emoções envolvem os pequenos em relação ao luto, vamos citar e explanar algumas delas para que o adulto possa “trabalhar” estas emoções com os pequenos.

TRISTEZA

Quando estamos tristes, principalmente se alguém que amamos morreu, temos vontade de chorar. Tudo bem! Chorar nos faz sentir melhor. Você não precisa esconder suas lágrimas.

A falta da pessoa faz com que muitas vezes você fique triste. Talvez até quando você estiver passeando ou brincando você veja algo que lembre aquela pessoa, às vezes são até boas lembranças, mas que trazem à sua mente tristeza.

Também é legal desenhar as coisas que fizeram juntos, conversar sobre a pessoa que morreu, lembrando dos momentos felizes vividos com ela.

Rezando para que Deus ajude você e que através dessa oração a pessoa possa ouvi-la.

DICA: Busque abraços quando estiver triste, abraços cura a tristeza. E se tiver vontade de chorar, chore!

 SOLIDÃO

Provavelmente você terá momentos de solidão, se sentirá sozinho(a), você poderá lembrar da pessoa que se foi ou de momentos que passou com ela, um carinho, um gesto que ela costumava fazer. Sua casa até pode parecer vazia e solitária.

E aí, o que é possível fazer quando se sentir sozinho (a)?

Você pode convidar alguém para brincar com você, talvez fazer uma visita a alguém que você conheça, um final de semana na casa de parentes.

DICA:  Procure as pessoas que são próximas a você, com certeza elas lhe darão um pouco mais de atenção e carinho.

 RAIVA

 Às vezes você pode sentir muita raiva. Não achar justo que aquela pessoa tenha morrido e isso pode deixar você zangado.        

Esse sentimento de raiva é aceitável, o que não pode acontecer é você machucar as pessoas com sua agressividade gritando ou até mesmo batendo.

O que fazer então para controlar a raiva?

Saia um pouco de casa, corra, pule, brinque até se sentir bem cansado. Assim você irá se acalmar e pensar realmente em tudo o que está lhe incomodando.

DICA:  Procure alguém para conversar, alguém que compreenda sua situação.

 MEDO

 Medo é algo que nos atrapalha muito, não é? Às vezes o mundo se torna ASSUSTADOR, e com a morte, então, pode surgir até o medo de que outra pessoa também possa morrer!!! Que você irá ficar sozinho!!! Ou mesmo você possa morrer!!!

Não tenha medo de sorrir, correr e brincar novamente.

Você provavelmente crescerá e viverá por muitos anos. E sempre terá pessoas ao seu lado que lhe amam e se importam com você.

DICA: Deixe que as pessoas que você ama saibam como você se sente, assim elas poderão lhe ajudar a se sentir mais seguro e confiante.

 CULPA

Esse sentimento é muito comum quando alguém que amamos morre. “Será que foi minha culpa??” Não, não foi sua culpa, você não fez nada para que isso acontecesse, você nunca desejou que essa pessoa morresse, NADA do que você fez te tornou tão “má” a ponto de você acreditar nisso.

Mesmo que você tenha respondido ou brigado com essa pessoa, não significa que você tenha provocado a morte dela.

Não há razão para você se culpar, ou até mesmo culpar alguém pelo que aconteceu, porque isso não vai fazer com que você se sinta melhor.

DICA: Traga a sua mente coisas boas que você fez a essa pessoa, troque uma imagem ou uma ação ruim por algo bom. Se mesmo assim esse sentimento ainda te incomodar peça perdão pelas suas atitudes, lembrando que a pessoa ainda mora no seu coração.

 

Para finalizar lembre-se: você pode ser feliz de novo. Não tem problema nenhum voltar a brincar e a sorrir, ou se divertir. É exatamente isso que a pessoa amada quer de você. Que você seja feliz, cresça, aprenda muitas coisas.

Quer que você viva uma vida cheia de fé, esperança e amor.

Isso é o que as pessoas que o amam e se importam com você também querem.

Dica de filme: Desenho animado “Divertida Mente”

Abraços e até a próxima semana,

Tia Cris