“Para tudo há
um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu” (Eclesiastes
3, 1)
Este é um dos meus trechos
preferidos da Bíblia Sagrada. E, hoje, este texto veio à minha mente de uma
forma especial, relembrando minha infância aos domingos, quando íamos almoçar
na casa dos meus avós maternos. Chegávamos na casa deles após participarmos da
missa da manhã. E a preparação do almoço não era rápida. Até, porque, o número
de pessoas para comer passava de vinte. Mais de uma pessoa adulta preparava o
almoço. E as crianças ficavam brincando.
Quando eu e outros primos, entre
crianças e adolescentes, chegávamos na cozinha, praticamente gritando que já
queríamos comer, mesmo antes do almoço ficar pronto, algum adulto que estava na
equipe do almoço respondia: “O apressado como cru”. E tínhamos que esperar a
comida ficar pronta. Como o “remédio” era esperar, voltávamos a brincar. E,
quando o almoço ficava pronto, cada um tinha que esperar a sua vez de comer.
Olha só como um dia de domingo na casa dos meus avós ensinava sobre o tempo
para cada coisa...
Penso que somos tão imediatistas
atualmente. Queremos tudo para agora. O outro tem que responder minha mensagem
o mais rápido possível. Eu não quero gastar tempo conhecendo o outro: quero o
outro agora de qualquer jeito. E o que nossas crianças têm aprendido com isso?
Que o mais velho, o adulto tem que obedecer ao que ela diz, independente do que
ela queira; se ela fizer birra, ela vai conseguir o que quer; a relação dela
com o outro é somente de auto satisfação; a criança só precisa do outro para
conseguir o que quer.
A sexualidade construída em um
ambiente imediatista não ensina o amor doação. Ensina um jeito egoísta de ser.
Há apenas um tempo: o meu tempo sem pensar no outro. E na adolescência e na
vida adulta, as consequências serão de um corpo que não consegue funcionar da
forma que deveria e uma alma com muita dificuldade para amar...
Hoje não tenho mais a casa dos
meus avós para visitar. As famílias já não são tão numerosas por diversas
razões e muitas crianças não terão a oportunidade de viver um almoço em família
deste jeito. Na evangelização, entretanto, podemos criar situações que ajudem
as crianças e, também, a nós adultos que há um tempo para cada coisa: hora para
começar e terminar uma atividade, um rodízio entre crianças para alguma tarefa
semanal, momento para falar, momento para ficar em silêncio e ouvir o outro.
Interessante como o nosso dia a
dia interfere em nossa sexualidade, não é mesmo? E algo tão simples como ir à
casa de minha avó para almoçar, muito me ensinou e ensinou a outros. E ninguém
da família, naquela época, fez curso sobre sexualidade. Precisamos ver no que é
simples algo importante. Saber que há um tempo para cada coisa e auxiliar
crianças a entenderem isso, mesmo com as reclamações que elas possam fazer, é
um jeito de ajudar na formação de uma sexualidade conforme o coração de Deus:
um jeito de ser que leve ao amor doação. Não se esqueça de rever os outros
posts.
Até a próxima. Paz e bem.
Iacy Batista Garcia
Até a próxima. Paz e bem.
Iacy Batista Garcia