EXISTE SENTIDO POSITIVO NA MORTE?

         

            Nas semanas anteriores tratamos do assunto luto, recordamos o luto em nossa infância e questões voltadas para a alma, os sentimentos e as emoções.

            Entretanto este assunto envolve muitos tópicos a serem explanados, relembrados e, por que não dizer, desmistificados?!

            Você já se imaginou pensar na morte de forma positiva? A palavra de Deus em Filipenses 1,21 nos diz que graças a Cristo a morte Cristã tem um sentido positivo “Para mim, a vida é Cristo e morrer é lucro”.

            Foi pela morte de Cristo que provamos, experimentamos o amor verdadeiro, e a experiência do amor é maior do que a morte. Cristo assumiu nossa morte e nos libertou por isso nós cremos que a morte tem um sentido positivo.

            O tempo vai passando e a saudade vai sendo administrada e passamos a lembrar de quem se foi sem sofrer como no início. Não esquecemos, lembramos com menos sofrimento e nos adaptamos a essa nova realidade. Nossa saudade é e será confortada na confiança em Deus (Salmo 41).

            Ajudar as crianças que de fato vivem a morte de um ente querido, significa permitir que o próprio ritmo delas atenda às suas expectativas e demandas.

            É fácil cair no tópico do “não chore”, e ao mesmo tempo sentir o desejo de chorar com as crianças, como sentimos o desejo de rir quando participamos de experiências felizes e alegres.

            No entanto, a participação das crianças na ocasião da morte de um ente querido e nos momentos importantes dos ritmos fúnebres é uma forma de ajudá-las a viver de forma sadia a perda.


DICAS PARA CONVERSAR E LIDAR COM O LUTO

            Nos preocupamos em que a criança possa sentir ao ver o cadáver de um ente querido, entretanto a fantasia que envolve a morte é mais perigosa. O “esconder” ou “camuflar” a verdade pode favorecer interpretações equivocadas e criar mais ansiedade.

            Explicar a morte dizendo “foi fazer uma longa vigem”, “Deus o levou para o céu”, “Agora ele está lá no céu e pode nos ver lá de cima” são abordagens perigosas, que podem gerar confusões e reações nada saudáveis como: “Se viajou e não  voltou me abandonou”; Se  Deus o levou para o céu; Ele não é justo nem é bom, pois me tirou aquele que eu amo e que me faz falta; “Se as pessoas escondem seus sentimentos e não choram é porque não o amavam muito”.

            Utilizar fotografias ou objetos da pessoa fazendo uma pequena caixa de recordações e memórias pode ser um modo simples de dizer que continua viva em nossos corações, lembrando e recordando coisas e ações vividas na época da fotografia;

            Escrever ou desenhar o que sentem; fazer um desenho para o ente querido para que coloquem para fora o que trazem dentro de si;

            Se uma criança quiser ir ao cemitério com frequência após a morte de alguém querido, acompanhe-a, pois, estão encarando a realidade e vão ao cemitério chorar sua dor. Melhor ir ao cemitério do que evitar falar da morte, escondendo assim sua dor e sofrimento;

            Informar no tempo devido sobre a morte do ser amado, dando a oportunidade de se despedir do falecido e tomar parte dos rituais de luto,  entre os adultos busque um com capacidade de se aproximar  da criança e  assim permitir que ela tome parte do luto dos adultos,  dessa forma ela terá condições de compreender a perda fatal e passar pelo processo.

            É muito importante para a criança receber esta notícia de forma direta, imediatamente e claramente. Quando é informado no devido tempo e de acordo com a verdade, a criança sente que os adultos a levem a sério;

            Falar com a criança sobre a pessoa que morreu sempre que ele desejar e quando for possível para o adulto;

Sobre a pessoa que se foi interessa a criança: O que ela gostava de comer; se apreciava música; quais eram seus jogos preferidos; o que ela sabia fazer bem, o que não fazia tão bem; é importante cultivar a recordação.

 


Abraços e até a próxima semana!
Tia Cris